Publicado por Revista Crusoé - Duda Teixeira
Segundo Samuel Feldberg, o diretor acadêmico da StandWithUs, terrorismo "no varejo", com pouca tecnologia e sem grandes recursos, costuma ser mais perigoso.
O diretor acadêmico da ONG StandWithUs, Samuel Feldberg, afirmou em entrevista a Crusoé que um atentado terrorista usando um fuzil M16 pode ser mais letal que o lançamento de 182 mísseis balísticos pelo Irã.
"O terrorismo no varejo é uma ameaça que tem que ser levada em conta não só por Israel, mas pelas democracias ocidentais como um todo. Os terroristas podem estar entre nós, e é por isso que as comunidades judaicas no mundo inteiro estão em alerta", diz Feldberg.
"Um terrorista que sai atirando ou que coloca uma bomba e um local público não precisa de nenhum grande conhecimento tecnológico ou de muitos recursos, mas pode ser ainda mais perigoso", diz Feldberg.
Nesta terça, 1º, o Irã lançou 182 mísseis balísticos contra Israel. Os mísseis, capazes de voar a 4.000 km/h e carregar meia tonelada de explosivos, conseguem atingir em Israel apenas sete minutos após serem disparados do Irã. A grande maioria deles foi interceptada pelas três camadas de defesa antiaérea de Israel, com apoio dos Estados Unidos.
A única morte registrada foi a de um palestino na Cisjordânia, que foi atingido pelos destroços de um míssil destruído no ar. Algumas pessoas foram feridas por esses destroços que caíram no chão e receberam atendimento médico.
Foi o maior ataque de mísseis balísticos na história.
O ataque anterior feito pelo Irã, em abril, inclui cerca de 300 mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e drones. Na mesma noite do ataque iraniano, seis pessoas foram mortas e 17 ficaram feridas após a ação de dois terroristas em Jaffa (foto), um porto histórico ao sul de Tel Aviv. Os dois terroristas foram neutralizados por agentes de segurança e por cidadãos com armas pessoais. Testemunhas afirmaram ter ouvido os terroristas gritando a frase "Alá é grande". Autoridades americanas e israelenses afirmaram que o ataque com mísseis balísticos iranianos terá "consequências graves".
Samuel Feldberg é diretor acadêmico do StandWithUs Brasil, doutor em Ciência Política pela USP, professor de Relações Internacionais, Pesquisador do Centro Moshe Dayan da Universidade de Tel Aviv e fellow em Israel Studies da Universidade de Brandeis.
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